quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Não sou pirata, sou distribuidor de cultura!


O dia 3 de dezembro é o Dia Nacional de Combate à Pirataria. E todo ano é a mesma coisa: destruição de material apreendido (geralmente em frente ao Estádio do Pacaembu); artistas apelando (em nome de grandes corporações) em público para as pessoas comprarem material original; economistas falando no rádio que milhões de vagas de empregos foram prejudicadas por conta da pirataria e o impacto que tudo isso tem na economia e blá blá blá. É sempre o mesmo assunto. Mas uma coisa nunca foi falada: o preço de CDs e DVDs.

Todos nós sabemos que as pessoas compram esse tipo de material “genérico” por conta dos altos preços de discos e filmes. E, na busca ávida por conteúdo cultural (não estou entrando no mérito de que se é bom ou não), as pessoas de baixa renda apelam ao comércio informal para ouvir a música de seu artista favorito.

Quem é envolvido com cultura sabe que um artista hoje não espera ficar rico com a venda de discos e que a renda para sobreviver vem mesmo é a de shows. Pessoas como Amado Batista e Frank Aguiar adotaram o método de venda com preços populares justamente para garantir material de melhor qualidade (e completo) para o seu público.

Respeito esse que poucos diretores de gravadoras e artistas não têm.

Paralelamente, outro fenômeno acontece: com a internet, vários sites e blogs disponibilizam músicas e discos para serem baixados sem nenhum custo financeiro. Vários artistas até disponibilizam oficialmente seus materiais. E muitas pessoas baixam esses arquivos.

Eu mesmo baixo. Para meu enriquecimento cultural e para meu trabalho. Por conta disso, possuo um acervo considerável de material fonográfico que baixei em sites ou eu mesmo transformei em MP3. Raramente compro disco, só quando é de algum artista independente (ou seja, sem intermediários – leia-se gravadoras). Não me sinto mal por isso. Nunca me senti um pirata e creio que não sou. Sou um distribuidor de cultura!

Enquanto não mudarem o discurso na tal comemoração contra a pirataria, vou continuar levantando a minha bandeira. Como diria meu amigo Naval: “não somos piratas, eles é que estão atrás do ouro”.

2 comentários:

Gustavo Pelogia disse...

eu também.

ontem mesmo upei o cd com b-sides acústicos do João Paulo & Daniel.

Coisa rara :p hahahahaha


(desconsidere a piada, eu concordo contigo!)

Anônimo disse...

Concordo com vc Sno, não vejo esse lado da informalidade como ´´pirata´´ vejo sim a unica fonte para a pessoa de baixo custo conseguir algum material cd ou dvd a preço acessivel.
A industria fonografica poderia fazer cds a custo baixissimos isso ja esta mais que provado como no caso de Lobão, RDP e outros artistas que lançaram seus cds distribuidos em banca de jornal a preços muito em conta .Basta alguem querer ganhar menos que a coisa flui de forma positiva a todos e não em deterimento de um determinado ´´GRUPO´´.
E isso ae valeu.